Objectivo do Blog

Sou mãe de uma menina que nasceu em 2009, o meu maior tesouro!
A minha filha apresenta comportamentos um pouco diferentes do comum para a idade, compatíveis com a Perturbação do Espectro Autista.

Este blog tem como objectivo a troca de informações com pais que estejam em situação semelhante.
Juntos encontraremos mais respostas pras nossas dúvidas e poderemos obter uma ideia melhor da evolução esperada para cada caso. Participem!

26 de março de 2012

"AJUDA"

Depois de algumas tentativas altamente desgastantes de passear com a piolha no shoping, eis que nos enchemos com uma dose extra de paciência e voltamos a tentar.

Este sábado acordou da sesta, dei-lhe o lanche e perguntei-lhe “princesa queres ir brincar na casinha?” “sim sim” responde ela.
 Lá fomos nós rumo ao Parque Nascente e foi bom, muito bom!!!
Já foi connosco de mão dada em vez de ir a correr desenfreada pelos corredores fora sem sequer olhar pra trás... Não ficou obcecada por subir e descer escadas rolantes, nem se deitou no chão a berrar por tudo e por nada...
Antes de chegarmos à casinha (nome que dou à zona das crianças brincarem) passamos pela Bijou Brigite, ela correu logo pra montra, “tem vidro, não se pode mexer” digo-lhe eu, mas ela já ia a entrar na loja e não a impedi... “és pior que ela” diz o meu marido, já à espera que ela quisesse agarrar-se a tudo que via, mas não... obedeceu quando lhe disse que só podia ver, mas que tinha que pôr outra vez no sítio... fiquei espantada!!! Quando chegamos à zona de criança é que se descontrolou, pudera, estava a ver tantas pulseiras e fios giros e parecidos com os dela! Começa a meter pró pulso como se não houvesse amanhã e eu de repente “olha a casinha, vamos, vamos” saco-lhe tudo fora e bora... consegui que saí-se no colo sem birra J
Subimos as escadas rolantes e eis que vê a casinha, vai logo a correr e antes de entrar senta-se no chão e tira os sapatos (só tive que lhe dizer a primeira véz que tinha que tirar os sapatos) que felicidade!!!
Aquele espaço está dividido em duas zonas, uma para mais pequeninos e outra para mais crescidos, ela brincou um bocadinho na zona dos pequeninos e de repente saiu o foi pró outro lado, só que desse lado não conseguia subir um dos patamares, o que dava acesso ao túnel escorrega... “esse é muito alto princesa, tens que pedir ajuda aos meninos” e pedia eu ajuda a alguma criança que lá passasse, depois comecei a dizer-lhe “tens de pedir ajuda princesa...” e afastava-me, pra ela ver que é importante comunicar... de repente vejo-a a mexer os lábios... chego-me ao pé da rede e ouço-a a dizer baixinho ajuda, ajuda só que os meninos mal a ouviam... fui então ao pé duma menina e pedi-lhe que a ajudasse, a miúda foi uma querida e passou a ajudá-la sempre. Entretanto, numa oportunidade agarrei-a (porque ela continua a não olhar quando a chamamos, está tão conectada com a brincadeira que não consegue ouvir-nos...) e disse-lhe que tínhamos que ir comer, saiu sem birra... e lá fomos nós de mão dada.
Escolhi pra ela massa gratinada com frango desfiado e demos-lhe um avanço, porque se ela via batatas fritas já não queria comer mais nada... e correu muito bem, pela primeira vez conseguimos comer descansados, quando acabou de comer aguentou-se mais ou menos ao pé de nós o tempo suficiente pra acabarmos também.

Um dia a repetir brevemente...

3 comentários:

  1. Boa!! A mim parece-me um comportamento normalissímo! A suspeita de PEA é só pelas birras e por não olhar quando a chamam? Fiquei curiosa...
    Bjs
    Catarina

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  2. olá Catarina (não sei se é a mesma Catarina a quem eu respondi na mensagem "estou tão contente")
    A suspeita de PEA é por um conjunto de comportamentos:
    - não olha quando a chamamos
    - mantém muito pouco contacto visual
    - não brinca com os coleguinhas, a educadora diz que se isola e que tolera dois amiguinhos perto dela, mais que isso já é uma multidão e nesse casos foge deles ou bate-lhes.
    - não dá o uso “normal” aos brinquedos (ex:mete uma boneca dentro do fogão etc)
    - não liga às pessoas, é raro conseguirmos que dê beijos, que diga adeus ou que atire beijos mesmo quando a pessoa lhe dá algo em troca.
    - não teme pessoas estranhas, nem tem noção do perigo (na última consulta no H.S. João chegou ao pé duma desconhecida e subiu pró colo dela sem mais nem menos...)
    - não consegue responder a coisas super básicas, gostas da mãe? a água tá boa? etc
    - não se esforça por falar mesmo quando quer coisas que sabe perfeitamente dizer.

    De resto, não é apegada a rotinas nem tem movimentos repetitivos...

    Sabe Catarina, no início foi um choque, mas a cada dia que passa vou ficando mais confiante que isto não vai passar de um susto, acho que a minha filha vai ser apenas mais desapegada e reservada que os outros meninos, o meu pavor era que ela não conseguisse ser independente, mas isso tenho a certeza que vai ser, ela tem evoluido muito – já come sozinha, despe-se da cinta pra baixo, já anda sem franda na creche, tem uma memória visual fantástica e é esperta, capta muito mais do que aparentemente parece... tou com a esperança que na consulta de Maio a pedopsiquiatra me diga que os comportamentos dela não são suficientes para serem enquadrados num diagnóstico de PEA... (até sonho com isto lol)
    Acho que ela precisa fazer terapia da fala e ocupacional para ajudar na comunicação e socialização... e que no futuro vai ser uma menina normal com uma personalidade mais peculiar.

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  3. Olá, Helena! Sou a mesma catarina, sim, mas ainda não tinha visto a sua resposta... Agora percebo melhor o caso da sua pequenita. O meu JF também tem comportamentos algo estranhos e tb empurra algumas pessoas para a porta. Cada vez que nos cruzamos com um vizinho no elevador é um castigo! Mas no caso dele o que me deixa mesmo transtornada é ele não falar... é horrivel! O resto vou levando e vou notando progressos na interação e nas brincadeiras. Acho que devia ponderar de forma séria a terapia ocupacional pois, pelo que me tenho informado, a intervenção precoce é o melhor! Quanto mais cedo começar mais depressa eles reagem. Mesmo sem o diagnóstico comprovado a terapia não faz mal antes pelo contrário. Como diz a minha pediatra de momento é o que se pode fazer e mal não faz... Também estou confiante que daqui a uns anos o meu pequenito vai ser uma criança sem problemas de maior, talvez com uns gostos peculiares... mas completamente funcionante!
    Bjs
    Catarina

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