Objectivo do Blog

Sou mãe de uma menina que nasceu em 2009, o meu maior tesouro!
A minha filha apresenta comportamentos um pouco diferentes do comum para a idade, compatíveis com a Perturbação do Espectro Autista.

Este blog tem como objectivo a troca de informações com pais que estejam em situação semelhante.
Juntos encontraremos mais respostas pras nossas dúvidas e poderemos obter uma ideia melhor da evolução esperada para cada caso. Participem!

10 de novembro de 2012

Novidades: Prof. de Ensino Especial


Hoje foi a reunião com as técnicas que vieram avaliar a piolhita. Correu muitíssimo bem e serviu essencialmente para clarificar a minha cabeça e para me dar dicas sobre coisas a trabalhar com a minha filhota.
Quando me disseram no infantário, há um mês atrás +/- ,que a prof. de ensino especial já vinha, fiquei toda contente, mas no dia de apresentação a suposta professora disse-me que pra já era só para fazer a avaliação, ora eu fiquei com a ideia que a piolha teria que primeiro ser avaliada para depois verem se se justificava ou não a vinda duma professora.
Estava errada! A senhora É mesmo a professora de ensino especial, por isso é que tem passado as sextas-feiras de manhã com ela (e eu a pensar que estava difícil chegarem a uma conclusão lol).
Afinal a coisa funciona assim (pelo que entendi claro): Quando uma criança tem algum atraso no desenvolvimento pode ser referenciada para intervenção precoce mesmo que não tenha nenhum atestado médico, só que nesses casos tem que ser avaliada e só depois de entregue e analisado o processo é que atribuem ou não uma professora de ensino especial e os outros apoios. Agora, quando é uma criança que já tem um atestado médico como a minha filha – de perturbação do espectro do autismo – automaticamente tem logo direito à professora (lá está... a médica no S. João disse que queria MESMO que ela tivesse acompanhamento o mais precocemente possível).
Apesar do atestado, as técnicas tem que fazer na mesma uma avaliação, mas que apenas vai servir para traçar o plano de intervenção, ou seja detectar as dificuldades a trabalhar.
As técnicas foram simpatiquíssimas comigo e com a educadora, estivemos a responder a um questionário e a conversar (das 9 à 12.30), para mim foi altamente instrutivo!
O pior de tudo foi ouvir que verificaram que a piolha tem muitos períodos de ausência, são segundos, mas muito seguidos, +/-  de 10 em 10 minutos, até cronometraram... disseram que tenho que voltar a referir isso no H.S.J., porque epilepsia ou não tem que se ver o que se passa :(
Outras coisas que foram faladas:
- de como a piolha era quando foi referenciada (o desinteresse total pelos outros, o som repetitivo hummm hummm, a agressividade, etc) e como tinha evoluído entretanto.
- que a piolha é muito sentimental – emociona-se ao ver cenas tristes num filme, perante um amiguinho que está a chorar ou perante uma situação de injustiça (não é habitual uma criança com PEA ter esse tipo de sensibilidade).
- que o “caso” é tão leve que com ajuda (casa, escola e terapeutas) vai com certeza superar as dificuldades (ouvir isto foi pra mim uma explosão de felicidade!)
- que efetivamente ela não tem a menor noção do perigo e não entende o conceito - estranho/amigo.
- que não devo desculpar tudo com as dificuldades dela, ou seja tenho que ser mais exigente – fazê-la pedir o que quer formando uma pequena frase– pô-la a lavar as mãos/cara, baixar as calças e cuequita pra fazer xixi, puxar depois pra cima etc etc etc, nem que para tal tenha que utilizar recompensas.
- que a piolha gosta de conhecer sítios novos e aceita quando impomos mudanças na rotina, mas quando está sozinha noto que faz as coisas sempre pela mesma ordem – fui aconselhada a contrariar essa "tendencia".
Falamos de imensas coisas mais, tudo muito positivo, que a piolha está a melhorar na interação com os amiguinhos, que ela sabe muitas palavras,  que é muito afetuosa – uma das técnicas até contou que na última sexta feira que esteve com ela, quando disse que tinha que se ir embora, ela agarrou-a e disse “não embola”...

As áreas a trabalhar são a interação social e a comunicação, claro... e acho que está muito bem entregue!


8 comentários:

  1. Muito positiva esta avaliação com muitos pontos a favor, reconhecer sentimentos, apego aos outros, a parte emocional está muito bem...
    O resto é uma questão de treino e persistência...
    Beijinhos

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    1. Quando lí a sua mensagem lembrei-me duma coisa que foi falada na reunião e acrescentei ao meu texto: na parte do apego aos outros detectaram uma "falha" porque ela tem reacções inapropriadas com estranhos, pra ela são todos amigos.
      Eu posso deixa-la em casa de pessoas estranhas por exemplo que ela nem se incomoda em saber se estou ou não, e quando ela quer alguma coisa aborda a primeira pessoa que encontrar, não vem pedir ajuda a quem conhece.

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    2. O meu pequenino tem a mesma reacção com estranhos, aliás sempre teve... Aquelas reacções de vergonha tipica dos miúdos ele nunca tem. Agora vejo que percebe que há pessoas que pertencem ao circulo de relações dele e outras não. Acho que é a parte das regras de sociabilização que vão demorar mais do que os outros a chegar lá. Beijinhos

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    3. Pois é isso, ela nunca mostrou vergonha. Lembrei-me de outra coisa que também falamos - ela é muito sensível à luz do sol e muitas vezes não sai mesmo de casa sem lhe dar os óculos, mas é mesmo por necessidade e não por sentir-se vaidosita, logo que entra em qualquer sitio atira-os pra qualquer lado, às vezes peço-lhe que não os tire para a avó ver ou a tia mas ela não quer saber...

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  2. Olá,

    Fico contente por ver que as coisas se estão a compor.
    A minha pequena já teve as técnicas no infantário a fazer a avaliação, até já tenho o PIP para se poder trabalhar com ela, mas não teve direito a educadora do ensino especial, apenas tem 1 psicóloga às terças de manhã por 45 minutos. Mas a pequena ainda não foi há 1ª consulta de desenvolvimento no hospital por isso não tem relatório médico nem nada que me indique as suspeitas de PEA. espero que depois de ir há consulta de desenvolvimento comece a ser melhor acompanhada. A ver vamos...
    Mas fico muito contente por ti e pela Tati e espero que daqui a algum tempo os teus medos comecem a desaparecer.

    Bjinhos

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  3. Olá Sílvia, realmente um atestado abre mais portas, mas sabes, quando a médica viu a minha filha pela primeira vez, ele era completamente diferente daquilo que é hoje... às vezes ponho-me a pensar, será que o passaria se só a visse agora? Talvez sim talvez não... se por um lado isso garante um melhor apoio, por outro há o peso de um rótulo... penso que muitos médicos, perante um caso leve (como é das nossas piolhas e de outras mães que seguem o blog)ponderam a decisão.
    Sou-te sincera, pra mim o rótulo vale 0, quero é ajudar a minha filha com tudo que estiver ao meu alcance!
    (tenho mais medo de «epilepsia», por causa de um dia poder ser impedimento para ela tirar a carta de condução).
    Na minha opinião, se vires que o médico realmente acha que é PEA, ainda que levezinha, dá-lhe a entender que não receias o "rótulo" e precisas dos apoios!
    Tenta isso porque uma técnica comentou na reunião que conhece casos piores e os médicos não se "atravessaram"...


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  4. Tem muitos aspectos positivos, tudo indica que vai ter uma boa evoluçao :)

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  5. Muitos parabens! Acho que está tudo bem orientado!! Desejo-lhe as maiores felicidades e à sua piolhita!!! Se precisar de alguma coisa, por favor disponha:)

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